Comunidades remanescentes de quilombos: materialidades culturais na casa e na ocupação do território (Maria Teresa Gomes do Espírito Santo)

Resumo


Este artigo apresenta uma pesquisa que pretende trazer para o campo da Arquitetura a discussão em torno da configuração espacial das comunidades remanescentes de quilombos do interior da Bahia, no que diz respeito às formas de morar por estas adotadas, consideradas diferentes condições ambientais. Embora o termo quilombo ainda seja associado por muitos ao local de esconderijo de negros fugidos da escravidão, hoje lhe são atribuídos novos significados que remetem à continuidade da resistência negra manifestada de diversas formas durante todo o período escravista, luta que não se encerrou em 1888, com a Abolição da Escravatura. Na presente pesquisa, é aceito o uso ressignificado do termo, que remete à ancestralidade negra, mas, também à permanência de usos e costumes próprios, profundamente vinculados à noção de território. Dispersas nos territórios ou concentradas em vilas e povoados, as casas quilombolas podem trazer em si, algo da memória perdida e ainda não devidamente recuperada, da presença do negro na história brasileira. A pesquisa, em fase inicial, pretende identificar possíveis diferenciações na moradia quilombola, tentando caracterizar e registrar elementos materiais que possam ter perdurado no uso do espaço da casa e do seu entorno imediato.


Palavras-Chave: Quilombos – Moradia – Resistência Negra – Políticas de habitação.

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